segunda-feira, 25 de julho de 2016

Sobre o painel e ligações elétricas

Faz tempo que não adiciono algo ao blog. O tempo tem sido muito curto, mas, tenho, lentamente, feito algumas montagens.
Agora estou ainda na fase de terminar as ligações e acomodações de itens no painel da XT. é complicado pois não quero alterar a estética da moto e, espaço, é algo que não tenho.
A carenagem é muito apertada e pequena. Quero acomodar o manômetro e o conta-giros (em barra de LED, que comprei), no painel. Mas como?
Surgiu uma ideia, um pouco complexa mas, aparentemente viável. Tenho alguns colegas que trabalham comigo, que tem uma impressora que imprime em 3D.
Olhando a foto abaixo, é possível ver que o painel da XT600E, modelo 3TB, só tem o velocímetro e um indicador com quatro lampadas. estes ocupam praticamente todo o espaço que tenho, ou seja, impossível incorporar dois mostradores neste espaço.

Posicionamento original de itens no painel.

E o que gostaria de adicionar são estes dois mostradores, conforme imagem a seguir:

Mostradores de pressão e conta-giros.

Uma possibilidade que pude imaginar foi a de redesenhar o suporte do velocimetro, deslocando-o ligeiramente para esquerda e aproximando do guidão e, substituir a caixa com as quatro luzes indicadoras por uma caixa com os mostradores e luzes, estas, substituindo o sistema por lampadas por LEDs.
Para fazer isto, o primeiro passo foi redesenhar este suporte em 3D. É um tanto complicado. Primeiro porque é dificil transferir as medidas e espaços que tenho entre a carenagem e a chave de ignição para o desenho (grande margem de erro...), segundo porque fazem alguns anos que não desenho em 3D...
A imagem do 3D ficou conforme abaixo.


O novo conjunto será composto de três peças distintas, a carcaça, a mascara e uma tampa. A imagem deste conjunto montado ficará como abaixo:

Conjunto montado - imagem 3D

Após o desenho em 3D, é preciso converter o arquivo para a extensão .stl (é o que as impressoras em 3D conseguem ler). E após isto, com o software da impressora e manipulador de .stl, identificar qual a melhor posição para a impressão. O problema para a impressão é minimizar "pontes", ou seja, superfícies  que serão impressas e não estão acomodadas sobre a placa de impressão da impressora. para estes casos, é ciado uma sequencia de "suportes" que sustentam estas superfícies durante a impressão e que serão retiradas depois da peça impressa. 
Estes suportes consomem material e tempo, ou seja, quanto melhor posicionado as peças a serem impressas, menor o custo.
O primeiro estudo, para a carcaça, ficou assim:

Carcaça com suportes

Carcaça sem tantos suportes

Agora é esperar para ver qual o melhor jeito de imprimir estas peças e montar...

Enquanto isto, vou terminando os conectores dos cabos que vem dos sensores para poder interligar tudo, quando estiver montando e que facilitará desmontagens para manutenção. É um serviço que tem que ser feito com muita atenção e paciência... 

Montagem de plugs e terminais...



domingo, 26 de julho de 2015

Mais um pedaço da reforma: - elétrica, alarme, manômetro e escape

Continuando  a reforma, os passo que fiz agora foram relacionaados a tirar alguma pendências e deixar mais algumas coisas montadas de forma definitiva.

O escapamento foi um exemplo. Agora está montado de forma definitiva, sem vazamentos. O sensor de pressão do óleo também modifiquei, eliminando as conexões em curva e deixando a montagem mais robusta.

Eliminei também o tubo de subida de óleo, substituindo por mangueira com trama de aço Inox. Assim ficou mais longe de partes quentes e permitiu mudar a posição do sensor de pressão.

Finalizei o alarme rastreador também. Ficou bem instalado e limpo, sem complicações.

Alguns detalhes podem ser vistos:


Próximos passos são instalar definitivamente o manômetro, o conta giros, os piscas (em led). E preciso comprar um kit relação, com pinhão, coroa e corrente nova...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Atualização sobre a reforma: como estão as coisas...

Já fazem alguns meses que não atualizo este blog. Muitas coisas ocorreram nestes dois últimos meses na minha vida e, a reforma, ficou meio de lado por falta de tempo.

Mas agora tudo está em ordem. E em breve voltarei a mexer na XT. Mas, enquanto não volto a reforma-la, tenho algumas apresentações que indicam o que fiz até o momento e não havia publicado e, vou apresentá-las agora.

Bom, montei o motor de forma mais definitiva, no quadro da XT e montei alguns componentes, conforme podem ser vistos no vídeo a seguir:




Depois, montei mais alguns componentes, inclusive o novo escapamento e liguei-o para testá-lo. Ficou show! Vejam:


Agora irei iniciar os itens finais de acabamento, como a pintura do tanque e carenagens, finalizar parte elétrica, dar acabamento no banco.... e ai, sair por este mundo a fora!

Até próximos vídeos! 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Montando componentes e fechando o cárter esquerdo.

Desta vez os trabalhos foram no cárter esquerdo. 

A montagem da placa de partida (roda livre) requer alguma atenção especial, principalmente quanto ao seu estado de conservação. a desta moto não está lá grande coisa, mas, com o custo de uma nova, melhor usar até ela pifar e, nesse evento, trocar por nova ou recondicionada.

Quanto ao gerador (ou magneto), antes de montá-lo medi a resistência elétrica de suas bobinas, conforme indicado no manual. Estava conforme prescrição.

O mesmo vale para a bobina de pulso, se encontrava dentro da faixa de prescrição.

O assentamento do volante (magnético) na ponta do eixo do virabrequim requer um pouco de atenção. A chaveta é pequena e requer boa limpeza para o seu perfeito alojamento. 

A seguir, mostro o vídeo da montagem destes componentes no motor.


Após a montagem destes componentes, veio o fechamento das tampas da carcaça do cárter lado esquerdo.

Não há muitos segredos nesta operação. É necessário juntas novas e observação na sequência e torque de aperto dos parafusos. 

Um único item que indico tomar bastante cuidado é o alojamento do fio do "neutro" na ranhura correta, para que não se corte no fechamento da tampa.

Abaixo o vídeo com esta operação:


Após este fechamento, coloquei o motor no quadro da motocicleta. Como ele está praticamente todo fechado, sem riscos de ser contaminado por pó ou sujeira, o quadro se torna um ótimo local para ficar. 

Deu um bocado de trabalho, mesmo com uso de "macaco tipo jacaré" devido ao peso e dificuldade de acesso. Mas, consegui.

Agora, próximos passos e vir acabando as conexões entre motor e quadro, elétrica e aparência. Ainda demora um pouco....

quarta-feira, 5 de março de 2014

Montando o cabeçote no motor da XT


Desta vez montei o cabeçote no motor. Alias, mais do que isto pois tive que montar antes a tampa do cabeçote e seus componentes.

Pode parecer uma tarefa simples, mas, não foi. Existem umas arruelas (que na verdade são molas) que são montadas no eixo dos balancins para tirar a folga lateral dos mesmos e estas, são bem chatas para montar.

Como o formato destas "arruelas" pressiona os balancins lateralmente, para passar estas arruelas (e suas protuberâncias) pelos furos da carcaça da tampa (local onde o eixo prende todo o conjunto), é preciso de muito paciência e perseverança. Mas, com calma, dá para fazer a tal montagem sem nenhum tipo de dispositivo que a facilite.

Outro detalhe importante que pude constatar é que todos os anéis de vedação tipo "o'ring" antigos estavam "cozidos", ou seja, sem capacidade de se adaptar aos furos ou flanges que vedam. Então, um conselho, sempre que desmontar algo desta região, troque-os para evitar futuros vazamentos.

Outro cuidado importante é aperto dos parafusos numa sequencia correta, subindo-se o torque gradativamente até o valor recomendado pelo manual. Isto evita o "empenamento" do cabeçote ou de sua tampa, garantindo perfeita vedação e funcionamento do motor. Eu, por experiência anterior, sempre aplico uma fina camada de graxa entre as faces de contato da junta e motor. Isto permite que, com o aperto dos parafusos, a junta se acomode de forma mais homogênea. 


A aplicação de Molycote nos eixos dos balancins, colos dos mancais do eixo de comando de válvulas, cames e  mancais também é muito importante. Mas, não esquecer de retirar os excessos para não danificar ou prejudicar a embreagem. Alias, observando o óleo que está dentro do motor, no meu caso, antes de ligá-lo, vou drená-lo e lavá-lo com óleo limpo, retirando qualquer pó que possa ter acumulado neste longo tempo que ficou aberto e o excesso de Molycote... usarei provavelmente um óleo mineral de baixíssima viscosidade, sem aditivo.

Voltando à montagem, antes de inciar os trabalhos, fiz o teste de estanqueidade do assentamento das válvulas nas sedes. Fiz da forma tradicional, utilizando combustível (no caso álcool que era o que eu tinha, mas, correto teria sido gasolina). Para este "teste", preenche-se a cavidade (duto) da válvula (por onde passa os gases) com este liquido e examina-se se há qualquer tipo de vazamento apresentado na câmera de combustão, entre a cabeça da válvula e a sede. Se houver qualquer marca de vazamento, o procedimento de assentamento de válvulas deve ser repetido para esta válvula em especifico. Depois do teste deixei o cabeçote "no sol" por uma boa hora para secar o tal combustível e apliquei uma boa camada de óleo para protegê-lo de oxidações.

O vídeo a seguir mostra o "passo-a-passo" dos serviços executados. 


Na verdade já estou alguns passos na frente, estou montado o "gerador" (ou magneto) e fechando a tampa, mas, além de ficar para uma postagem futura, ainda tenho duvidas em alguns itens que verifiquei e preciso solucionar primeiro. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Continuando com o cabeçote - montagem das válvulas

Nesta postagem vou só mostrar a montagem das válvulas no cabeçote.

Não é uma tarefa complicada, porém, depende dos serviços que foram feito anteriormente. O mais importante é a tarefa de assentamento correto das válvulas nas sedes e o levantamento de folgas entre hastes e suas guias.

A limpeza também é importantíssima, principalmente porque usamos pasta diamantada para o correto assentamento e esta é um "terror" para acabar co um motor, se ficar resíduos. 

Cabe aqui também citar que a aplicação de Molycote nas válvulas e raspadores trás um diferencial na durabilidade do conjunto. A lubrificação entre as hastes e guias é deficiente, por natureza do projeto e este lubrificante tem papel importante na durabilidade do conjunto.

A seguir um pequeno vídeo com a apresentação desta montagem.


A pintura do cabeçote e tampa foi feita utilizando-se tinta de "alta temperatura" (não me lembro se comentei isto no tópico anterior).

Os próximos passos serão o de montar os componentes na tampa do cabeçote e o fechamento da parte superior do motor, para a sua instalação na motocicleta. Mas isto mostrarei nas próximas postagens....

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cabeçote - sobre as válvulas

Além dos dutos que devem estar mais limpos (sem defeitos de fundição), vários outros fatores, no cabeçote, influenciam no desempenho de um motor.

Dos mais importantes está o correto "assentamento" das válvulas nas suas sedes. Deste correto assentamento depende a vedação dos gases que, se vazarem, além de perda de parte da potência, podem danificar o motor prematuramente. O calor dos gases passando em pontos específicos queima a válvula e a sede.

O primeiro item a ser checado é as medidas das guias de válvulas. Estas guias são as "buchas" que permitem o movimento das válvulas e as guiam corretamente contra as sedes de válvulas, mantendo o conjunto devidamente centrado. Abaixo uma imagem que mostra cada um destes componentes:


A seta vermelha indica uma das guias e a verde uma das sedes.

Bom, ainda sobre as guias, fiz a medição de seus respectivos diâmetros internos e a medição dos diâmetros externos das hastes das válvulas. Para estas medições, utilizei-me de um micrômetro interno e um externo, com precisão milesimal. a imagem a seguir mostra a medição interna da guia.

Medindo com o diâmetro interno

A partir das dimensões encontradas e comparando-as com os valores teóricos informados pela Yamaha, montei a tabela abaixo:

Valores "coloridos" são os encontrados...

Pode parecer esquisito, mas, medi várias vezes e em locais diferentes das peças, para obter o menor e maior valor de cada diâmetro. Assim, posso ter uma ideia real das folgas, entre que valores elas se encontram. 

As medidas em verde indicam estar dentro do especificado. As em amarelo indicam estar no limite do especificado. Detalhe é que as medidas em amarelo são os diâmetros das hastes das válvulas (novas) e só ocorrem próximo dos rasgos de clavilhas ou travas, ou seja, não trabalham dentro das guias, no máximo, nos raspadores. Com isto, as folgas "tendem' a estar mais próximas dos valores "mínimos".

Para se ter uma exata noção de qual conjunto é qual, olhando-se a imagem a seguir, a válvula e guia de escape esquerda (ESC - LE) é a válvula do canto superior esquerdo e a de admissão direita (ADM - LD) é a do canto inferior direito.


Posicionamento das válvulas
Optei por substituir as válvulas por novas (que são as utilizadas na tabela acima) devido a falahas e desgastes que algumas apresentaram. 

Dos defeitos, mais sérios o que mais me preocupou foi os pontos de oxidação e queima, também chamados de "pitting", formados na face / superfície de vedação. Para recuperar isto seria necessário retificar a superfície de assentamento das válvulas, que, pelo custo, saiu mais em conta válvulas novas. 
"Pitting" - válvula antiga mais a esquerda - marcas na face de vedação

Além disto, o diâmetro das hastes já mostravam algum desgaste, ou seja, a tabela acima indicada irá apresentar algumas dimensões (folgas) acima do especificado.

Optei em usar válvulas não originais, mas, com qualidade superior do que as originais. Estas, construídas com material superior e com tratamento superficial que proporciona uma maior dureza e resistência ao desgaste, tanto na haste como na face de assentamento.

Próximo passo foi verificar a largura do assentamento das válvulas e seu posicionamento na cabeça da válvula, com relação à sede. A imagem abaixo tenta ilustrar sobre este assunto:
Vedação de uma válvula contra a sede
A sede de válvulas é usinada basicamente em três ângulos diferente. A vedação ocorre na faixa que tem 45° (indicada no desenho por "B"). Os outros dois ângulos servem de alivio (entrada ou ataque) e costumam ser de 30° e 60°, embora existam motores com ângulos diferentes.

Alem disto, o contato entre válvula e sede tem uma largura definida (no caso deste motor, o especificado é de 1 mm, podendo variar entre 1 e 1,2 mm) e a sua posição não deve estar nas "extremidades" da face da válvula, como indicado na imagem inferior, acima indicada.

É necessário também que este contato aconteça de forma centrada e por todo o diâmetro da válvula, ou seja, o assentamento deve estar totalmente circular e concêntrico com a haste. Lembrar que, durante o funcionamento, a válvula "gira" lentamente devido às molas e acionamento e deve sempre fechar perfeitamente.

Qualquer vazamento, além de perda de potência, provoca o superaquecimento do ponto, fundindo o material, criando mais vazamentos. 

Verifiquei então, com tinta de ajuste, a impressão provocada na válvula e na sede, pelo contato destas durante o fechamento.

Para esta operação, aplica-se a tinta de ajuste na sede, por exemplo, conforme a seguir.
Tinta de ajustagem - Azul da Prússia

A seguir, monta-se a válvula que irá trabalhar nesta posição e, com pequena pressão, aperta-se uma contra a outra. A tinta irá marcar os locais em que houve contato.

Válvula marcada pela tinta de ajustagem.

Verifica-se então a largura e posicionamento desta marcação, que deve estar conforme prescrição do fabricante. 
Valor medido da largura do assentamento - dentro da faixa...

O inverso (aplicar tinta na válvula e verificar impressão na sede) também deve ser feito, para se verificar se há contato em toda a circunferência, mostrando que a guia (que segura a haste) está perfeitamente concêntrica com a cabeça da válvula.
Linha contínua de assentamento na sede de válvulas

Caso seja detectado problemas nestas "impressões", haverá a necessidade de se fresar a guia de válvulas. Isto é uma operação que necessita de muita atenção e critério, além de um jogo de ferramentas especifico, composto de fresas dos três ângulos acima citados, guia de fresa e muita paciência. Ou, mandar o cabeçote para uma oficina especializada em retifica e reforma de cabeçote. 

Quando se troca as guias de válvulas, normalmente se faz necessário esta operação de fresagem. A verificação é mandatória.

Como todas as verificações "dimensionais" e de "impressão" do assentamento, em todas as válvulas, se mostraram satisfatórias (dentro do especificado), neste caso não houve a necessidade de se fresar, podendo-se passar para a fase de lapidação, conforme vídeo a seguir. 

Lapidação do assentamento de válvulas

Os próximos passos são a perfeita e minuciosa limpeza das válvulas e cabeçote (o abrasivo da pasta de lapidação é um "veneno" para o motor), o isolamento para pintura, pintura e, finalmente, a montagem. Isto será mostrado nas próximas postagens...

Só como aviso para quem segue o blog, o motor (cárter central e direito + cilindro) já foram montados novamente. O vídeo segue abaixo... desta vez, com os rolamentos corretos...