segunda-feira, 22 de julho de 2013

Montando a bomba de óleo e cilindro com pistão e anéis...

Aproveitando que algumas peças chegaram e, para diminuir a quantidade de embalagens que estão entulhando a minha casa, montei a bomba de óleo e cilindro.

Sobre a bomba de óleo, quando desmontei o motor, esta era a que estava com piores sinais de desgaste no motor.

Como indicado em um tópico anterior, o rotor da bomba apresentava marcas acentuadas nas engrenagens e também na carcaça, devido a passagem de limalhas por dentro dela.

As telas que existem na saída do tanque de óleo (reservatório no quadro) e também no pescador que fica posicionado dentro do cárter, não são (e foram) suficientemente eficazes para evitar que estas pequenas limalhas seja retidas e não atinjam as partes internas da bomba, danificando-a.


Na imagem acima é possível se ver o acumulo de limalhas na tela do pescador (mancha escura). boa parte estava "fincada" na tela.

Existe filtro no circuito mas, somente depois da bomba.

A geração destas limalhas vem das engrenagens do câmbio, principalmente das da quinta marcha. Como este motor tem torque muito alto, é comum ser tocado com baixa rotação e com marcha alta. Isto provoca "martelamento" entre os dentes das machas que, por fadiga, cria erosões e o desprendimento destas limalhas.

Por este motivo, tive que comprar uma bomba nova. E aproveitei para criar e instalar bujões magnéticos para tentar segurar as limalhas longe do rotor da bomba.


Acima imagem dos "bujões magnéticos" criados. Fiz tanto para o dreno do reservatório externo como para o cárter.

Do processo de montagem da bomba, os detalhes importantes são:
- Limpeza!
- Encher a bomba com óleo ainda quando desmontada,
- Alojar corretamente os anéis de vedação na carcaça para que não haja vazamento quando em funcionamento,
- Torquear corretamente os parafusos de fixação (10 [Nm]). Eu, por precaução, sempre "colo" os parafusos com trava química. Se um deles soltar com o motor em funcionamento... o estrago seria enorme!

A segunda parte desta montagem foi a de ajustar os anéis de segmento e instalar conjunto pistão anéis, montando o cilindro.

Também em tópico anterior, quando verifiquei que haveria necessidade de se fazer retifica, optei por usar um pistão diferente do original Yamaha.

Optei por instalar um pistão forjado em alumínio, da Wiseco, ligeiramente mais taxado (10,1:1 contra 8,5:1 que era a taxa de compressão original) e com o diâmetro também um pouco maior (98 mm contra os 95 mm de diâmetro do original).

Este pistão deve conferir uma potência um pouco mais alta para o motor que, apesar de não ser o objetivo, é interessante. Na verdade, por ter uma saia mais reduzida (menor atrito), além da potência um pouco maior, o que me motivou foi a possibilidade de, para o mesmo uso, ser mais eficiente e acabar sendo mais econômico na questão de gasto de combustível.

Como desvantagens, este pistão necessita de um conjunto virabrequim + biela mais ajustado, justamente por ter saia mais delgada. E, por ser de alumínio forjado em liga especial, o coeficiente de dilatação é muito diferente do fundido original. Isto vai acarretar em maior nível de ruido, principalmente com motor frio, quando pode apresentar o ruido de pistão batendo. Com motor quente, deve se comportar normalmente.


Na imagem acima é possível ser visto a diferença no topo do pistão devido a mudança de taxa de compressão. Como a sua face é mais alta do que a face do original, há a necessidade de alívios para não haver colisão com as válvulas, durante o funcionamento.


E nesta imagem é possível se ver a diferença quanto a saia, a do novo pistão é mais estreita e baixa, o que reduz o nível de atrito com o cilindro.

No caso do pistão Wiseco, é necessário o ajuste da folga do entre-pontas dos anéis. Ele vem configurado para motores de alta performance, porém, vem indicado qual a folga correta para o uso contínuo, próprio para esta aplicação.

para fazer o ajuste de folga do entre-pontas, existe ferramenta própria que eu não possuo. Mas, com critério e cuidado, dá para fazer com lima. De se observar os perpendicularismos e, que a face ajustada aponte sempre o centro do cilindro, ou seja, quando fechado, as faces fique o mais paralelas possível. Nada que uma lima de joalheiro e uma lupa não resolvam...

Outro detalhe importante é que, na montagem, cada entre-pontas fique voltado a 180° do entre-pontas do anel similar. Ou seja, dos anéis raspadores de óleo, os entre-pontas fiquem diametralmente opostos e entre os anéis de corta-fogo, também fiquem diametralmente opostos. Isto é feito assim para aumentar a dificuldade no vazamento de gases durante a combustão, mas, é um pouco teórico... já vi casos de motores com os entre-pontas todos coincidentes, e o motor funcionava normalmente...

Além destes cuidados, foi aplicado Molycote em todas as superfícies que atritam, inclusive nos alojamentos dos anéis e nos mancais do pino e no próprio pino de pistão. E na montagem final é importantíssimo a aplicação abundante de óleo lubrificante.

Abaixo o vídeo que mostra o processo de montagem como um todo.